Uma pequena molécula de RNA, conhecida como microRNA let-7 (miRNA), reduziu substancialmente o crescimento do tumor em ratos que sofriam de câncer pulmonar, de acordo com o trabalho dos pesquisadores da Universidade de Yale (New Haven, Connecticut, EUA), publicado na Revista Cell Cycle.O câncer atinge cerca de 1.5 milhões de pessoas por ano, só nos Estados Unidos, sendo o câncer pulmonar o tipo mais comum e mais mortal de câncer em todo o mundo. Esse estudo indica um papel direto da miRNA let-7 na regressão do câncer e introduz um novo paradigma do uso de miRNAs como agentes terapêuticos eficazes para tratamento de cânceres.Segundo o professor associado de biologia molecular e desenvolvimento celular da Universidade de Yale e também um dos autores da publicação, Frank Slack, "esse é o primeiro estudo de um miRNA que está sendo usado com vista ao combate do câncer, sobretudo aquele que, de todos, é o mais mortal, o de pulmão." O grupo de pesquisa descobriu inicialmente a let-7 miRNA em C. elegans, pequeno verme alongado, que vive no solo, usado como um sistema modelo para estudar como os organismos se desenvolvem, crescem e envelhecem. Em colaboração com pesquisadores da Asuragen (companhia norte-americana com interesses nas aplicações clínicas de RNA), o laboratório de Slack estudou a atividade desse pequeno RNA. Seu trabalho revelou que let-7 está geralmente presente em níveis substancialmente reduzidos em tumores do pulmão e que esses baixos níveis de let-7 provavelmente contribuem no desenvolvimento dos mesmos. Estas descobertas chamam a atenção do público e incentivam o desenvolvimento de novas pesquisas que visam a melhor compreensão do potencial uso de microRNAs naturais, a exemplo do let-7, como ferramentas de combate ao câncer.Esse novo trabalho demonstra que o let-7 inibe o crescimento de células cancerígenas do pulmão em cultura in vitro e em tumores do pulmão em ratos vivos. Igualmente, mostraram que let-7 pode ser aplicada como uma droga intranasal para reduzir a formação de tumores pulmonares em modelos, como os ratos RAS.“Acreditamos que nossos estudos fornecem a primeira evidência direta em mamíferos sobre as funções da let-7 como um gene supressor do tumor,” disse Slack. “Devido a múltiplas linhas celulares e modelos de rato com câncer pulmonar usados nas experiências, parece que a aplicação terapêutica de let-7 pode fornecer benefícios a um amplo espectro de pacientes que sofrem de câncer do pulmão.”Segundo Matt Winkler, da Asuragen, além de grande colaboração para a indústria e o meio acadêmico, “esse trabalho fornece uma evidência adicional sobre a importância dos miRNAs para o combate do câncer e disponibiliza uma ferramenta adicional para a terapia de miRNA, uma das possíveis e eficientes formas de tratamento contra a doença no futuro.”
Molécula de RNA reduz crescimento de tumor
Cientistas tratam ratos com mal de Parkinson com clonagem celular
Cientistas norte-americanos conseguiram obter uma melhora neurológica em ratos de laboratório com mal de Parkinson. A melhora aconteceu após os animais receberem um transplante de células obtidas por clonagem terapêutica, segundo a revista britânica "Nature".
Na clonagem terapêutica, também conhecida como transferência nuclear de células somáticas, o núcleo de uma célula somática de um doador é inserido em um óvulo que teve o núcleo extraído.
A célula resultante se transforma em um embrião, a partir do qual é possível obter células-tronco diferenciadas e, portanto, especializadas, para realizar funções precisas no organismo.
Como a informação genética das células resultantes é a do próprio doador, não há rejeição. As células não são atacadas pelo sistema imunológico depois do transplante.
Os cientistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York, conseguiram pela primeira vez uma transferência nuclear satisfatória para tratar a doença utilizando as próprias células do paciente.
Os pesquisadores obtiveram células-tronco através da clonagem terapêutica, na qual conseguiram neurônios dopaminérgicos --danificados no mal de Parkinson-- que foram transplantados aos ratos doentes.
Segundo a equipe de pesquisadores, o método pode ser uma via eficaz para reduzir a rejeição aos transplantes e aumentar a recuperação em outras doenças.
Fonte: Folha online