Engenharia genética é um termo de referência a diversos processos de manipulação gênica em organismos, tais como o isolamento de genes de interesse, a inserção de genes em um vetor, a transformação de células e também a aplicação de testes para isolamento de organismos geneticamente modificados (GMO ou transgênicos). A inserção de um gene em um organismo tem como objetivo principal introduzir novas características em um ser vivo, como, por exemplo, o aumento da área de cultivo de uma determinada cultura e a produção de uma nova proteína.Quando se deseja determinar a função de um gene ou alguma modificação permanente nas características fenotípicas (características definidas geneticamente e influenciadas por fatores ambientais) de uma célula, a técnica com maior eficácia é a da interrupção da função do gene. Utilizando células de mamíferos, pesquisadores bloquearam a função de um gene utilizando uma técnica de engenharia genética conhecida como zinc-finger nucleases (ZFNs). O uso dessa técnica permitiu que os pesquisadores atingissem um locus (local onde se encontra um gene no cromossomo) específico. No locus, as nucleases (enzimas) atuam rompendo as ligações entre os nucleotídeos, ocorrendo, em seguida, a separação do gene alvo pelas ZFNs. Após a separação do gene, ocorre um processo conhecido como NHEJ (Non-homologous end joining) que, apesar de reparar as quebras ocorridas na dupla-hélice do DNA, pode acarretar a formação de alelos mutantes.As ZFNs foram utilizadas nas pesquisas para interromper a expressão do gene que produz a diidrofolato redutase (DHFR), uma enzima necessária para a síntese de nucleotídeos e aminoácidos, em linhas de células ovarianas de hamsters da China. Como resultado, os pesquisadores perceberam que cerca de 1% dos genes bialélicos tiverem sua função interrompida. O uso das ZFNs resultou também na geração de três novas linhagens de células DHFR-/-, geneticamente diferentes. A partir disso, foi feita uma comparação entre essas novas linhagens e as originais em relação aos parâmetros de crescimento e funcionalidade.Os pesquisadores destacaram o fato de a interrupção do funcionamento do gene-alvo demorar entre dois e três dias a partir da inserção das ZFNs, o que permitiu que pudesse ser feito o isolamento das linhagens celulares DHRF-/- resultantes, no período de um mês. Os resultados obtidos, por meio das pesquisas, demostram que essa tecnologia pode ser aplicada, com sucesso, em diversas áreas, tais como na produção de proteínas recombinantes, de medicamentos e, aplicando a genética reversa, na produção de linhagens de células de mamíferos.
Fonte: Biotec AHG
Pesquisa usa engenharia genética em células de hamsters
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Lucas Rodrigo Gonçalves
segunda-feira, 7 de abril de 2008
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