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Genoma de paciente com leucemia é seqüenciado

Posted by Lucas Rodrigo Gonçalves sábado, 22 de novembro de 2008

Em estudo inédito, pesquisadores descreveram a seqüência completa do DNA de uma pessoa com leucemia aguda. A análise revelou algumas surpresas, entre as quais oito mutações até então desconhecidas, além de duas alterações genéticas já associadas à leucemia. Para o diretor do Washington University Genome Sequencing Center, em St Louis, EUA, Richard K. Wilson, o mais importante, agora, é detectar diferenças genéticas individuais para cada tipo de câncer. Wilson relata que sua equipe encontrou mutações quando as células normais se transformaram em células cancerígenas, e que, apesar das informações serem de um paciente em particular, os dados remetem a uma doença muito complexa. Por este motivo, novos estudos atenderão a um maior número de doentes, refletindo o uso cada vez mais rotineiro de análises genômicas.

O diretor do Human Genome Sequencing Center na Baylor College of Medicine, em Houston, EUA, Richard Gibbs, considera que, tecnicamente, a pesquisa foi realizada de forma notória, enfatizando os estudos da era genômica e as inúmeras aplicações clínicas obtidas através dos resultados publicados pela Revista Nature. A Universidade de Washington já deu início ao seqüenciamento genético de uma segunda pessoa com leucemia mielóide aguda (AML). Segundo Wilson, a razão da escolha da AML deve-se ao tipo de câncer, extremamente agressivo e com baixa taxa de cura. Apesar de a equipe já ter observado bons tratamentos para outras formas da doença, a pesquisa focada no AML requer resultados mais satisfatórios. Por meio da análise desse segundo paciente e da comparação com o genoma de outros doentes, os pesquisadores esperam ir além.

Importante salientar que foram gastos milhões de dólares e muitos anos para terminar o primeiro mapa de um único genoma humano, em 2003. Todo esse dispêndio levou ao barateamento e à maior eficiência das análises, tudo graças à onda de novas tecnologias. Wilson sublinha que tudo se tornou mais simples, proporcionando a realização de vários processos, de forma simultânea. Anteriormente, só era possível observar 100 seqüências de DNA por amostra; hoje, graças ao avanço das tecnologias, este número aumentou para 100 milhões.

O genoma apresentado no estudo da Nature refere-se ao de uma mulher de 50 anos, que faleceu de AML. Em casos de câncer, sabe-se que as mutações ocorrem ordenadamente, rumo a um crescimento descontrolado e maligno. Nove mutações foram encontradas em todas as estruturas celulares do tumor da paciente em questão. A décima mutação descoberta não estava presente em todas as células, talvez por ser a última a ocorrer.

Gibbs salienta que a complexidade das mudanças genéticas, ligadas a apenas um caso de AML, não deve ser vista como um processo desencorajador. Pelo avanço tecnológico, em um futuro não muito distante, haverá a possibilidade de seqüenciar simultaneamente todos os tipos tumorais de um paciente ou de um conjunto de pacientes. Este serviço estará acessível em muitos centros de estudo de câncer. Gibbs relembra ainda que, há alguns anos, a possibilidade de obter informações da forma que são hoje obtidas foi fortemente questionada, mas a tecnologia realmente tem ajudado a atingir resultados mais rápidos.

O centro de pesquisa Baylor realiza estudos genômicos similares para diversos tipos de neoplasias malignas, entre os quais estão o glioblastoma, um câncer cerebral de grande malignidade, e aquelas que surgem no pulmão e no pâncreas. A Universidade de Washington, entretanto, foca suas atenções no seqüenciamento do câncer de mama e do câncer de pulmão.

Agradecimento: Biotec-AHG
Artigo original: http://www.biotec-ahg.com.br/asp/acervo/acervo_display.asp?id=516

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